No meio da maior crise em mais de um século, com consequências devastadoras para a economia mundial, esta semana outra ameaça voltou a pairar sobre nossas cabeças: a privatização do Banco do Brasil. Foi o que mais uma vez defendeu o ministro Paulo Guedes, na famosa reunião ministerial definida por um ministro do STF como “conversa de bordel”.
É um grande sonho dos ultraliberais entregar o Banco do Brasil ao mercado. E junto, a Previ.
Essa ideia do Estado mínimo não está apenas defasada. Já vinha sendo questionada pelo próprio FMI e economistas liberais, mesmo antes da decisiva intervenção dos governos para combater a pandemia do Covid-19 e seus impactos econômicos e sociais (exceto no Brasil).
A premissa da primazia do mercado é também falsa. A trajetória do Banco do Brasil prova isso. Nenhum banco privado foi ou é mais importante para a economia do país que o BB. E existem profissionais no mercado mais qualificados que seus funcionários?
A Previ é outro exemplo, por qualquer critério que se adote. Seja pelo tamanho e pela solidez. Pela importância na economia. Pela governança. Seja pela eficiência.
A taxa de administração, por exemplo, é o indicador que mostra a razão entre as despesas administrativas e os ativos totais de um fundo de pensão. Em um plano BD como o Plano 1, as despesas administrativas não interferem no valor dos benefícios, calculados pela média dos últimos salários. Nos planos CD e CV, como o Previ Futuro, os benefícios são calculados pelo saldo de conta individual de cada um. E aí, quanto menores as despesas administrativas, maior será o saldo de conta acumulado e o valor do benefício.
Previ tem segunda menor taxa de administração
Graças às políticas de controle das despesas administrativas e do crescimento dos ativos, a Previ vem reduzindo a taxa nos últimos anos. Segundo estudo da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), a média da taxa de administração das dez entidades fechadas com patrimônio superior a R$ 15 bilhões era de 0,30% em 2018.
A da Previ era a segunda mais baixa, com 0,16%. E no ano passado caiu para 0,14%. É de longe a menor se comparada com os fundos de mercado, como a Brasilprev.
É, portanto, uma grande mentira a tese de Guedes e do mercado – defendida por alguns até dentro do Banco do Brasil – da ineficiência das empresas públicas e das entidades construídas e geridas pelos trabalhadores, como a Previ.
É imprescindível para o desenvolvimento do Brasil o BB continuar público. E necessário assegurar a governança da Previ, para a solidez da entidade, para a tranquilidade e o futuro dos associados do Plano 1 e do Previ Futuro.
Leave a Reply
You must be logged in to post a comment.