Estão sendo realizados em vários Estados encontros estaduais e regionais do funcionalismo, em preparação ao 32º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB), marcado para o dia 8 de agosto com o tema “Construindo juntos o futuro do Banco do Brasil”. Os dirigentes eleitos da Previ têm participado das reuniões para alertar que, apesar dos resultados positivos mesmo durante as turbulências da crise provocada pela pandemia, a Previ está correndo sérios riscos com as propostas de mudança na legislação e na regulamentação do sistema de previdência complementar para atender interesses do mercado financeiro. A Cassi enfrenta ataques semelhantes.
Nos encontros os diretores eleitos também estão apresentando os resultados da Previ nos primeiros meses do ano. O Plano 1 fechou abril com superávit de R$ 21,65 bilhões, que deve crescer em maio e junho, segundo números preliminares ainda não totalizados. “O superávit significa um colchão de segurança para mantermos o equilíbrio do plano mesmo numa situação de muita dificuldade, direcionando estrategicamente o plano para o equilíbrio, segurança e a mitigação dos riscos”, afirma Márcio de Souza, diretor de Administração.
“Isso deve-se à boa gestão dos investimentos. No Previ Futuro também trilhamos um bom caminho de busca por melhores rentabilidades. Nos últimos 36 meses os sete perfis de investimento têm batido a meta atuarial consistentemente em todos os períodos, o que demonstra a consistência da rentabilidade alcançada”, acrescenta Márcio. Confira aqui.
O coordenador da Comissão de Empresa do Funcionalismo, João Luiz Fukunaga, reforça o alerta sobre as ameaças que pairam sobre o futuro não só do Banco do Brasil, mas também da Cassi e da Previ, apesar desses resultados positivos. “Estamos passando por um momento de ataques na atenção à nossa saúde e à previdência complementar das trabalhadoras e trabalhadores, questões que dizem respeito diretamente à nossa qualidade de vida e das nossas famílias”, diz.
“A Cassi passa pela precarização constante do Plano de Associados com corte de credenciados e aumento abusivo da coparticipação. Uma inversão total de prioridades, porque a gestão da Cassi se orgulha de enaltecer superávit. Superávit formado sobre corte de benefícios e de atendimento. Além de ausência de transparência sobre os resultados efetivos da atenção à saúde primária, que de fato tem sido precarizada”, critica Fukunaga.
Ele acrescenta: “O plano Cassi Essencial faz parte de uma estratégia para esvaziar os planos já existentes (Cassi Família I e II) e a redução da corresponsabilidade do banco com a manutenção da Cassi e do Plano de Associados. É uma política de governo, visando liberar as empresas públicas do compromisso com a saúde dos aposentados e pensionistas no momento que as pessoas mais precisam. O objetivo final é a precarização total para facilitar a privatização”.
Mercado financeiro de olho no R$ 1,2 trilhão dos fundos fechados
Também a Previ, segundo o coordenador da Comissão de Empresa, está ameaçada com as propostas de mudança na legislação e na regulamentação dos planos que tramitam no Congresso Nacional e no CNPC (Conselho Nacional de Previdência Complementar).
“A previdência complementar tem sofrido ameaças e muitos riscos pela postura do governo em abrir o mercado para as entidades abertas de previdência complementar. Na previdência complementar fechada, a previdência dos trabalhadores, os ativos de quase R$ 1,2 trilhão são cobiçados pelo mercado que as entidades abertas, comandadas por bancos e seguradoras, querem abocanhar com a conivência, ajuda e atuação firme do Ministério da Economia”, denuncia Fukunaga.
Esse tema foi tratado em profundidade na live dos Associados Previ de 22 de junho último, que contou com a participação do ex-diretor eleito de Seguridade da Previ Marcel Barros, hoje vice-presidente da Anapar (Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão), Marcel Barros, e representante dos associados no CNPC. Confira aqui.
Em razão da gravidade da situação, Fukunaga defende que esses temas sejam discutidos não apenas nos encontros estaduais e no 32º Congresso do Funcionalismo, mas também em um encontro nacional de saúde e previdência a ser realizado ainda neste segundo semestre.
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