Sérgio Rosa
Para exercer um cargo executivo na Previ acho que a pessoa deve ter as seguintes qualidades:
• plena convicção de que o mandato se dá em nome dos associados, levando muito a sério o conceito de responsabilidade fiduciária em relação aos recursos e demais ativos que compõem a Previ.
• capacidade de articulação, negociação e diálogo com as partes envolvidas e interessadas (por uma razão ou outra) na gestão da Previ: associados, sindicatos e entidades representativas, direção do banco, órgãos reguladores e fiscalizadores, formuladores da legislação etc..
• capacidade de gestão de uma entidade colegiada, onde é necessário alcançar, pelo convencimento, a união de esforços no sentido de atacar os principais desafios de curto, médio e longo prazos que sejam identificados e destacados.
• capacidade de representação e comunicação, para que a entidade seja compreendida pelos associados, valorizada e respeitada por todos os agentes mais relevantes da sociedade.
• capacidade de compreensão e decisão acerca das questões técnicas e administrativas que envolvem os investimentos, os planos de benefícios e as demais funções da Previ.
Apesar de relativamente pequena em termos de estrutura, a Previ é muito grande em termos de pessoas que dela dependem, de negócios diversificados em que está envolvida, de agentes públicos e privados com os quais se relaciona, e de assuntos relacionados tanto às variadas modalidades de investimento quanto de ciência atuarial.
Poucas atividades prévias preparam realmente uma pessoa para a gestão de uma entidade como a Previ. Não desprezo de forma alguma o conhecimento técnico, e por isso mesmo sempre fiz questão de valorizar o corpo funcional da Previ, que a meu ver é fundamental para o desenvolvimento de um conhecimento adaptado às necessidades e especificidades de um fundo de pensão como o nosso. Pensar investimento de longo prazo para um fundo com o perfil dos associados não é o mesmo que gerir um fundo de investimento qualquer, só para citar uma questão.
A capacidade de liderança, de construção coletiva da gestão, de aprendizado das especificidades da Previ e, sobretudo, a compreensão da responsabilidade fiduciária, para mim são as questões fundamentais para um bom gestor.
Pelo que conheço do novo presidente da Previ, João Fukunaga, creio que preenche esses requisitos, creio que demonstrou grandes qualidades no exercício das suas atividades, conquistou o respeito e o reconhecimento que levaram à sua indicação e acredito, portanto, que tem tudo para fazer uma ótima gestão em conjunto com os demais diretores e colaboradores da Previ.
Parabéns e sucesso ao João.
Sérgio Rosa foi presidente da Previ no período 2003/2010
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