“Tem algo que me preocupa hoje na Previ, até mais que os impactos financeiros causados pela Covid-19, que é o risco de privatização do Banco do Brasil. Isso traria uma perda muito grande para nós, associados da Previ. Correríamos o risco de mudanças significativas na nossa governança, alterações de estatuto e de regulamento dos planos de maneira impositiva, até mesmo a retirada de patrocínio.”
O temor foi manifestado por Luciana Bagno, conselheira deliberativa eleita da Previ, na mais recente transmissão on line dos dirigentes eleitos na página do Youtube dos Associados Previ, dia 17 de junho. Assista aqui à live completa.
Funcionária do BB desde 2003, associada do Previ Futuro, Luciana confessa que em seus 17 anos de banco “nunca ouvi falar tanto de privatização, nunca vi um risco tão iminente como tenho visto agora. Em que pese o presidente da República negar, é explícito o desejo de privatização por parte do ministro da Economia e do próprio presidente do banco”.
Associados perderam nos fundos de empresas privatizadas
Caso isso aconteça, a história recente do Brasil confirma o temor de Luciana. Em todas as empresas públicas privatizadas nas últimas décadas os novos patrocinadores impuseram mudanças profundas nos planos de previdência, sempre em prejuízo dos trabalhadores. Em inúmeros casos reduziram as contribuições da empresa, aumentaram a contribuição do associado, alteraram de maneira impositiva os regulamentos para reduzir benefícios, fecharam planos e criaram outros com benefícios muito menores. Muitas vezes reduziram a representação dos funcionários na gestão.
A conselheira deliberativa eleita da Previ não vê motivos para a privatização do BB, banco imprescindível para o financiamento do agronegócio, da agricultura familiar e das micro e pequenas empresas. “E não há que se falar em ineficiência, haja vista que nossos profissionais são constantemente assediados pelos bancos privados. Estamos falando de um banco que lucrou R$ 13,5 bilhões em 2018 e R$ 18 bilhões no ano passado. E que rendeu nos últimos 20 anos R$ 55 bilhões à União”.
Portanto, na opinião de Luciana Bagno, eventual privatização do Banco do Brasil é ruim para os funcionários, para a Previ, para o desenvolvimento do país e para o próprio governo.
“Então, temos que abraçar essa causa e nos articular com as entidades representativas dos funcionários, da ativa e aposentados”, arremata Luciana. “Porque defender um BB forte, sustentável e com seu papel público é também defender a Previ.”
Confira no vídeo.
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