Até aqui, com o mundo ultrapassando os 3 milhões de contaminados pelo coronavírus e contabilizando mais de 300 mil mortos, só há uma certeza. A pandemia já provocou a maior recessão econômica mundial desde a Grande Depressão de 1930 após a quebra da Bolsa de Nova York. Há um consenso nessa avaliação entre os economistas de várias escolas de pensamento.
Além do tamanho da crise, o que os assustou foi a velocidade da devastação. Nouriel Roubini, da Stern School of Business da Universidade de Nova York, único economista a prever a debacle de 2008, lembra que tanto na crise da primeira década deste século quanto na dos anos 1930 “os mercados de ações caíram 50% ou mais, os mercados de crédito congelaram, seguiram-se falências massivas, as taxas de desemprego subiram acima de 10%, e o PIB se contraiu a uma taxa anualizada de 10% ou mais”.
Com uma diferença. “Tudo isso demorou cerca de três anos para acontecer. Na atual crise, resultados macroeconômicos e financeiros igualmente terríveis se materializaram em três semanas”, escreveu em artigo publicado na Project Syndicate e traduzido pelo site brasileiro Nexo.
O Nobel de Economia Paul Krugman (2003), em artigo publicado na revista Exame, concorda: “A contração econômica que nós estamos vivendo é a mais rápida da história, por uma margem ampla; os EUA provavelmente estão perdendo tantos empregos nas últimas duas ou três semanas quanto em toda a Grande Recessão”.
E como será o mundo, e o Brasil, após a crise?
Para a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, há uma “extrema incerteza” e os prognósticos são “lúgubres”. A economia mundial deve sofrer retração de 3% em 2020, a maior desde a Grande Depressão. E o Brasil terá uma queda de 5,3% no já rebaixado PIB, a pior desde 1901.
Estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) prevê que o desemprego chegue a 17,8% este ano no Brasil, além de mais de 40 milhões de trabalhadores vivendo na informalidade.
A Previ está atenta a essa conjuntura internacional e nacional difícil. Operando por teletrabalho desde a chegada da epidemia de Covid-19, os técnicos da Previ acompanham diariamente todos os movimentos da economia para garantir da melhor forma os investimentos e o pagamento dos benefícios.
“Para tranquilizar os associados é preciso lembrar que a Previ já passou por várias crises na nossa história”, lembra Paula Goto, diretora eleita de Planejamento. “Temos experiência de resiliência que nos fez robustecer e fortalecer em relação ao planejamento e à política de investimentos. Essa crise vai passar. Temos um colchão de liquidez, para que possamos enfrentar esse momento sem termos que nos desfazer de ativos de forma depreciada. Os ativos da Previ são de ações de empresas sólidas. Quando houver a retomada, esses ativos vão se recuperar.”
Um mundo mais solidário ou excludente?
Também há um debate em curso sobre qual o impacto da crise na governança global. Os pessimistas preveem o enfraquecimento das instituições multilaterais, o acirramento do nacionalismo e da xenofobia como forma de proteção de “ameaças externas” e o fortalecimento do mercado financeiro neoliberal, trazendo crescentes disparidades regionais e sociais.
Já os otimistas acreditam que a humanidade sairá da crise mais solidária, mais preocupada com os graves riscos ambientais do planeta e com o bem-estar das pessoas. Dessa forma, sairia fortalecido o papel ativo dos Estados nacionais na implementação de políticas públicas para a preservação da saúde, educação, emprego e meio ambiente.
Dois ganhadores do Nobel de Economia alinham-se a essa segunda corrente. “A epidemia traz uma mentalidade de tempos de guerra, mas uma mentalidade que une todo o planeta do mesmo lado. Os anos de guerra são períodos de uma grande coesão interior dos países e da preocupação pelos outros”, diz Robert J. Shiller, vencedor do Nobel em 2013. “Um efeito a longo prazo dessa experiência pode ser instituições econômicas e políticas mais redistributivas: dos ricos aos pobres, e com maior preocupação pelos marginalizados sociais e idosos.”
Joseph Stiglitz, que ganhou o Nobel em 2001, vai direto ao ponto: “Em todas as dimensões, o neoliberalismo foi um fracasso”, disse em entrevista ao jornal La Vanguardia, de Barcelona.
Professor da Universidade de Colúmbia, Stiglitz tem justamente o papel dos governos como um dos temas centrais do livro que acaba de lançar, “People, Power and Profit” (Pessoas, Poder e Lucro). Ele adiantou em entrevista ao Estado de São Paulo: “Precisamos de um novo contrato social, um novo equilíbrio entre o mercado, o Estado e a sociedade civil. Nós nos voltamos para o governo quando temos uma crise. O mercado não avaliou adequadamente os riscos, não lidou adequadamente com os riscos de uma pandemia, com o risco de mudanças climáticas, todos os riscos sociais. Isso destaca o papel central do governo em nosso bem-estar”.
Ninguém arrisca prever a profundidade e a duração da crise. A Previ, que tem como obrigação investir os recursos dos participantes em busca do melhor retorno possível, ficará atenta ao desenrolar da crise para proteger de maneira adequada o patrimônio dos quase 200 mil associados.
Agora o mais importante é que cada associado cuide de si e de sua família.
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