O podcast Associados Previ apresenta neste 24 de janeiro, Dia do Aposentado e da Aposentada, uma entrevista especial com Ana Elizabete Fiuza Simões da Mota, primeira mulher a ser eleita dirigente da Previ. É uma dupla homenagem a essa potiguar radicada hoje em Pernambuco, que nos orgulha. Primeiro porque desbravou o mundo masculino do sistema financeiro e depois porque foi uma das pioneiras no movimento nacional dos funcionários do Banco do Brasil pela saúde e previdência. A Previ, grande e sólida como é hoje, deve muito a esse movimento.
Até meados da década de 1960, os bancos formavam um território exclusivamente masculino. Ana Elizabete é da primeira geração de mulheres contratada pelo Banco do Brasil. Somente meio século depois o BB teria a primeira presidenta mulher, Tarciana Medeiros, nomeada neste mês de janeiro.
“Eu fui a primeira mulher a trabalhar na Agência Centro Natal. E uma colega um dia na hora do lanche me disse: ‘olha, eu não vou mais lanchar com você porque você é desquitada e eu vou ficar sendo falada”. Então você imagine o peso moral de alguém com 21 anos, divorciada, com um filho. Eu acho que esse foi o principal desafio, ser mulher naquela conjuntura”, conta Ana Elizabete no podcast abaixo.
“Posso, sem nenhuma falsa modéstia, lhe dizer que fui a protagonista da criação do Centro de Assistência ao Pessoal [Ceasp, equivalente à atual Gepes]. Nós criamos um movimento chamado Movimento Nacional de Saúde e Previdência”, acrescenta. “Então, eu considero que a nomeação de Tarciana Medeiros não só reconhece a competência dela como é uma reparação com as relações de poder que sempre existiram no banco.”
Primeira mulher eleita para a então Diretoria Deliberativa da Previ, no início dos anos 1990, Ana Elizabete desenvolveu paralelamente uma carreira acadêmica, como professora do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco. Com essa dupla experiência, ela tem propostas: “Acho que a Previ, numa parceria com a Cassi, precisaria recuperar elementos da filosofia do Ceasp.”
Ela continua: “Com o envelhecimento da população, a questão dos pensionistas, a questão dos idosos, a questão do Estatuto do Idoso, a Previ poderia criar um novo projeto, não um Ceasp, mas um novo sistema de acompanhamento de acolhimento, de avaliação dos seus beneficiários.”
Sobre o papel da Previ, Ana Elizabete também pensa no futuro do fundo de pensão e do Brasil: “Eu desejo que a Previ seja um mediador do desenvolvimento do nosso país, que invista na produção, que invista na criação de empregos, que seja menos mediadora financeira e mais mediadora do capital produtivo que a gente precisa nesse país”.
Ouça no podcast essa entrevista imperdível concedida à jornalista Lilian Milena.
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