Na live especial para comemorar o 117º aniversário da Previ, realizada pelos diretores eleitos no dia 16 de abril, o ex-presidente Sérgio Rosa fez um retrospecto histórico das últimas três décadas, destacando a importância da participação dos associados na consolidação do maior e mais sólido fundo de pensão da América Latina.
“Formamos um patrimônio humano. Nosso patrimônio não é só financeiro. O financeiro é resultado desse patrimônio humano, que está dentro e fora da Previ. São os dirigentes, os funcionários e os associados que garantem a solidez desse patrimônio financeiro que temos”, disse Sérgio Rosa, que participou dos momentos mais marcantes da história da Previ nesse último período.
Como presidente da então Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT), Sérgio participou das negociações e trabalhou na mobilização dos funcionários durante as negociações e aprovação do estatuto de 1997, que garantiu a participação dos associados na governança da Previ e criou o plano Previ Futuro. Como diretor eleito da Previ entre 2000 e 2003, esteve no comando da luta de resistência contra as intervenções do governo Fernando Henrique Cardoso.
Por conta dessa batalha em defesa dos associados e contra as ingerências externas, Sérgio Rosa e os demais dirigentes eleitos da Previ foram destituídos num ato de força do governo, em 2002. Mas no mesmo ano foi reeleito diretor. E no ano seguinte chegou à presidência da Previ, indicado pela direção do Banco do Brasil após a eleição do presidente Lula. Nesse período, houve muitas conquistas e melhorias de benefícios, em razão principalmente dos sucessivos superávits do Plano 1.
Por isso tudo, para os diretores eleitos ninguém melhor que Sérgio para contar essa história no do 117º aniversário da Previ. Veja no vídeo editado da live.
00:10 - História da luta dos funcionários do BB em defesa da Previ. “No Banco do Brasil sempre houve um volume grande de pessoas preocupadas com a questão da previdência e da saúde. Com certeza, tanto na nossa história passada quanto no presente e no futuro, a participação dos funcionários, o envolvimento das entidades e dos sindicatos, é uma questão chave pra preservar o nosso patrimônio.”
04:55 – As conquistas dos associados, em 1997, na reforma do regulamento do Plano 1 e na criação do Previ Futuro. “Conseguimos resistir à determinação do governo de acabar com os planos de benefício definido. Mesmo diante de uma situação adversa de uma imposição do governo, conseguimos construir um outro plano razoável e melhorar a governança da Previ. Fizemos do limão uma limonada.”
08:52 – Relembrando evento de comemoração dos 100 anos da Previ, quando Sérgio Rosa estava na presidência da entidade. “Enfrentamos muitas adversidades, nunca foi um mar de rosas, para preservar a solidez da Previ. Sempre existiram interesses externos, tentativas de anular a participação dos associados, tentativas de transferir a gestão desse patrimônio para o sistema financeiro, tentativas de diminuir os benefícios que conquistamos ao longo do tempo.”
12:53- A intervenção do governo Fernando Henrique Cardoso na Previ e a batalha dos associados para recuperar a governança. “Não aceitamos, enquanto diretores e conselheiros eleitos, assinar o novo regulamento que cassava os direitos dos associados. A intervenção foi, principalmente, pra implantar o voto de qualidade. Não aceitamos e decidimos resistir junto com o movimento.”
17:57 – Como foi o processo de construção das carteiras de investimento do Plano 1, principalmente em renda fixa e em renda variável. “Discutimos muito se a Previ deveria ou não participar das privatizações do governo FHC. Ao final, decidimos participar, por algumas razões: a Previ precisava diversificar seus ativos e viu nisso uma oportunidade de investimento. E também a possibilidade de manter sob controle nacional algumas empresas importantes, que se não houvesse os consórcios nacionais teriam provavelmente sido internacionalizadas naquele momento”.
22:58 – Os superávits nos anos 2000 e as melhorias de benefícios do Plano 1, que até hoje geram impactos impositivos. “Saímos de um período de déficits, o que provocaria aumento das contribuições dos associados, para uma situação completamente inversa, o que envolveu muito trabalho interno e muita negociação.”
29:55 – A importância da previdência complementar para os trabalhadores. “Infelizmente, no Brasil a previdência é entendida como uma questão de custo e não como uma questão chave para a sociedade, o que traz perdas frequentes para o nosso sistema previdenciário. Sempre defendemos a previdência pública e a previdência complementar. Isso faz movimentar a economia. Não se pode deixar o trabalhador viver na miséria ao final de sua capacidade laborativa.”
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